quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Apresentação



Por Raphael Gomes.

Foi andando que não vi cair sobre minha cabeça uma manga. E sob sombras de mangueiras vi e provei O Aleph borgiano por entre retorcidos galhos e cheiros mangueantes. Deste ponto se vê todos os pontos do universo. E, vendo-os, revisitamos o mundo, Belém e a nós mesmos. E escolhemos um ponto entre inesgotáveis pontos, uns dentro dos outros, outros justapostos a uns; no número das folhas, na potencialidade das sementes.
Belém Revisited somos nós, vendo como outros viram em paráfrases de tantos outros: “o mar populoso, a alvorada e a tarde; as multidões da América, os intermináveis olhos imediatamente prescrutando-se em nós como num espelho com todos os espelhos do planeta e nenhum nos refletindo; vendo nas gavetas nosso códigos e confidências, vendo no Aleph a Terra e na Terra outra vez o Aleph, vendo o rosto e nossas vísceras, nossos rostos e vertigens e, contemplando, vemos o que nenhum homem contemplou: o inconcebível universo”.
Mas vemos e conversamos que é outra forma de vê, mediada pelo signo. O signo nosso, de gente criada com igapós, baldeações e multitudes. Cheios de luminárias e trevas, de frente a tantas intra-entre-relações. A Belém “de outrora e de hoje”, não tarda em Verdade (dogmatismos vãos), e pede de bom grado aos que tardam que a guardem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário